artigo recomendado
Bolognesi, B., Ribeiro, E., & Codato, A.. (2023). A New Ideological Classification of Brazilian Political Parties. Dados, 66(2), e20210164.
Just as democratic politics changes, so does the perception about the parties out of which it is composed. This paper’s main purpose is to provide a new and updated ideological classification of Brazilian political parties. To do so, we applied a survey to political scientists in 2018, asking them to position each party on a left-right continuum and, additionally, to indicate their major goal: to pursue votes, government offices, or policy issues. Our findings indicate a centrifugal force acting upon the party system, pushing most parties to the right. Furthermore, we show a prevalence of patronage and clientelistic parties, which emphasize votes and offices rather than policy.
keywords: political parties; political ideology; survey; party models; elections
25 de agosto de 2009
polêmica: Estado, política e classes sociais
Cicero Araujo (DCP/USP) escreveu em fins de 2008 uma resenha do livro de Armando Boito Jr. (DCP/Unicamp), Estado, política e classes sociais (São Paulo, Edunesp, 2007. 271 páginas), na Rev. bras. Ci. Soc. [online]. 2008, vol.23, n.67: "A dureza (e a ternura) do essencialismo político".
[trecho]
[...]
Armando Boito Jr. lamenta, nesse sentido, que a obra de N. Poulantzas não tenha alcançado ainda o devido reconhecimento, uma vez que ela se concentra numa dessas importantes conseqüências: o conceito de Estado. Para Poulantzas, o Estado não é um simples reflexo político da dominação de classe no plano econômico. Na verdade, ele organiza, em termos jurídico-políticos, essa dominação. Isto é, para além de pura função defensiva (via aparato repressivo), o Estado cumpre uma "função ideológica", e com isso possibilita que uma classe seja efetivamente dominante, e não apenas uma classe exploradora. "O Estado é o principal fator de coesão das formações sociais divididas em classes, graças à sua função repressiva e a outro aspecto, quase sempre ignorado, que é a sua função ideológica. De um lado, esse organismo detém o monopólio da força organizada [...] De outro lado, o Estado secreta, permenentemente, as figuras ideológicas fundamentais para a reprodução mais ou menos pacífica das relações de produção" (p. 55). Com essa tese, Armando Boito Jr. procura oferecer suas próprias contribuições.
Gostaria de destacar duas delas: sua reinterpretação de "classe social" e o conceito de "cena política". São idéias que poderiam ser consideradas inovadoras, não fossem elas descoloridas pelo modo como o autor as encaixa na tradição revolucionária do marxismo. Embora, obviamente, a noção de classe seja importante em todo livro, é só no início da segunda parte que sua reelaboração aparece com clareza. Boito Jr. generaliza a tese de que uma classe dominante não pode "dominar" sem o Estado. [...]
leia a resenha do Cicero aqui
Armando respondeu a resenha no número seguinte da RBCS
Rev. bras. Ci. Soc. [online]. 2009, vol.24, n.69
("Estado e política: réplica a Cícero Araújo"):
[trecho]
[...]
A primeira crítica aparece logo no primeiro parágrafo. Cícero Araújo sentenciou peremptoriamente: o trabalho é uma "reiteração de idéias desgastadas" (p. 165). Algumas linhas adiante, ele apresenta sua segunda crítica geral. O meu livro, trabalhando com o "velho dualismo" aparência/essência, teria a pretensão de colocar o cientista social como único e privilegiado observador em condições de desvendar o jogo de falseamentos e ocultações ao qual se resumiria, segundo Cícero Araújo, a minha concepção do processo político. Cícero Araújo não se dá o trabalho de mostrar ao leitor em que é que residiria o erro de tal procedimento. Parece pressupor que tal concepção seria tão absurda que dispensaria a crítica.
Para defender o meu trabalho, não posso evitar uma afirmação pretensiosa. Considero que o meu livro contém, sim, algumas contribuições originais. Elas provêm do fato de eu ter me apoiado na tradição althusseriana, que concebe o modo de produção de maneira ampliada, isto é, como uma totalidade social que articula economia, política e ideologia, para desenvolver essa concepção em direções novas, tratando de objetos novos ou enfrentando polêmicas antigas a partir de um enfoque novo. Ademais, a originalidade de um trabalho não se mede apenas pela presença de teses originais, mas, também, pelo aprofundamento e sistematização de teses já conhecidas - quem pratica a ciência social sabe da importância desse trabalho de aprimoramento conceitual.
A incorporação da política no meu livro aparece, em primeiro lugar, na consideração do político, isto é, da estrutura jurídico-política de determinado modo de produção. Em segundo lugar, elemento este sim muito explorado por variadas tradições marxistas, aparece, também, na valorização teórica da ação política para analisar a totalidade social e a mudança histórica. [...]
leia a réplica completa aqui.
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