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Bolognesi, B., Ribeiro, E., & Codato, A.. (2023). A New Ideological Classification of Brazilian Political Parties. Dados, 66(2), e20210164. Just as democratic politics changes, so does the perception about the parties out of which it is composed. This paper’s main purpose is to provide a new and updated ideological classification of Brazilian political parties. To do so, we applied a survey to political scientists in 2018, asking them to position each party on a left-right continuum and, additionally, to indicate their major goal: to pursue votes, government offices, or policy issues. Our findings indicate a centrifugal force acting upon the party system, pushing most parties to the right. Furthermore, we show a prevalence of patronage and clientelistic parties, which emphasize votes and offices rather than policy. keywords: political parties; political ideology; survey; party models; elections

1 de agosto de 2012

verbete "individualismo metodológico"

[fotografia: Rafael Bertelli
Curitiba, Brasil.
15 fev. 2012]

Adriano Codato

O “individualismo metodológico” é ao mesmo tempo um método heurístico e uma postura intelectual. Ele sustenta que qualquer explicação adequada sobre o mundo social deve estar baseada no indivíduo – em seus objetivos, suas concepções, suas ações, suas escolhas, isto é, em seu comportamento real – e não sobre instituições sociais ou padrões regulares de interação, simbolizados por categorias coletivas e abstratas tais como as Classes, o Estado, o Partido, o Sindicato, etc. Os fenômenos macrossociais, como mudanças significativas nos costumes de uma sociedade, sempre podem (e na realidade devem) ser reduzidos às microrrelações individuais. A única causa efetiva dos fenômenos sociais, sejam eles estruturas permanentes ou processos de transformação histórica, é constituída pela ação dos indivíduos. Ela é “a unidade elementar da vida social” (Elster, 1994, p. 29).

O autor fundamental para esse paradigma é Max Weber (1864-1920). Weber estabeleceu em Economia e Sociedade (1922) que compreender uma ação social só é possível quando compreendemo-la “na forma de comportamento de um ou vários indivíduos” (Weber, 1984, p. 12). Essa postura tem a grande vantagem de evitar a personificação dos coletivos, como nas sentenças ‘a classe operária deseja...’, ‘as instituições impõem...’, ‘o capital financeiro considera...’. Claro está que essa sociologia não pode ignorar o uso de conceitos coletivos (Família, Nação, Corporação Militar, etc.). Mas seu emprego “refere-se exclusivamente a determinado desenvolvimento da ação social de alguns indivíduos” (Weber, 1984, p. 12).

Essa não é, note bem, uma explicação psicológica. O foco não está nos estados mentais (crenças, preferências, desejos) dos indivíduos considerados isoladamente, em si mesmos, mas nas relações entre eles. Por isso essa é uma concepção interacionista da sociedade e não atomista (isto é, que toma os indivíduos como “átomos” isolados e, nesse sentido preciso, como o princípio e o fim da investigação social).

[continua...]

Referência:

CODATO, A. INDIVIDUALISMO METODOLÓGICO. In: NOGUEIRA, Marco Aurélio; DI GIOVANI, Geraldo (orgs.). Dicionario FUNDAP de Políticas Públicas. São Paulo: FUNDAP, 2012 (no prelo).
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