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Bolognesi, B., Ribeiro, E., & Codato, A.. (2023). A New Ideological Classification of Brazilian Political Parties. Dados, 66(2), e20210164. Just as democratic politics changes, so does the perception about the parties out of which it is composed. This paper’s main purpose is to provide a new and updated ideological classification of Brazilian political parties. To do so, we applied a survey to political scientists in 2018, asking them to position each party on a left-right continuum and, additionally, to indicate their major goal: to pursue votes, government offices, or policy issues. Our findings indicate a centrifugal force acting upon the party system, pushing most parties to the right. Furthermore, we show a prevalence of patronage and clientelistic parties, which emphasize votes and offices rather than policy. keywords: political parties; political ideology; survey; party models; elections

24 de setembro de 2009

a Sociologia como ciência da sociedade


[Estação da Luz, 1981.
Antonio Carlos D'Ávila.
Col. Pirelli/MASP]



A Sociologia é um ofício que se recusa a ver o universo social tal como ele se apresenta diante de nós: definitivo e imutável.

O senso comum, aquela visão herdada e reiterada sobre o mundo social, quer fazer crer que as coisas são como são, isto é: que as desigualdades são naturais, nosso modo de vida é universal, nossa forma de organização social é superior, nossos valores específicos são aplicáveis a tudo ou a quase tudo que existe, as hierarquias são necessárias para que as coisas funcionem, as diferenças culturais nunca são bem-vindas e o poder é legítimo por que é, afinal, o poder estabelecido.

O sociólogo, a fim de pôr em devida perspectiva essas miragens arrogantes, deve ser capaz de superar ao menos duas coisas: o conformismo intelectual – para buscar as causas, as conexões entre as causas e o sentido oculto dos processos e instituições sociais, tornando-os compreensíveis a todos; e seu assombro moral diante dos fatos mais esquisitos, longínquos ou excêntricos, principalmente quando elas estão em desacordo com os seus valores e ideais. É preciso compreender, ao invés de julgar.

Assim, o propósito das Ciências Sociais é procurar dizer como o mundo social é, e não como ele deveria ser. Nesse sentido, a Sociologia não é uma terapia coletiva, que pretende curar a sociedade dos seus males, nem uma engenharia social, que deseja reorganizá-la de um modo mais racional, eficaz ou justo.

Há uma confusão em torno das Ciências Sociais, muitas vezes alimentada e difundida pelos próprios cientistas sociais: a Sociologia teria uma missão, que é, imodestamente, a de consertar o mundo. De acordo com esse entendimento, mais comum e mais persistente do que se imagina, a disciplina seria uma espécie de introdução à discussão sobre os “problemas sociais”. Daí se seguiria, quase que automaticamente, uma tomada de consciência coletiva da desigualdade e da injustiça existentes no mundo. Cumprida essas etapas, deveríamos passar à assistência social (ou, nas visões mais radicais, à revolução social).

A Sociologia, ao contrário, é uma atividade intelectual, não uma atitude moral; é uma disposição crítica, não uma ideologia política. É, acima de tudo, um ponto de vista privilegiado, capaz de examinar e considerar minuciosamente tanto um conjunto de valores quanto um costume, tanto um comportamento quanto uma instituição social ou política, restituindo a eles sua verdade histórica e seu sentido social.

Essa atividade tem um traço específico e é isso o que caracteriza o empreendimento sociológico. A Sociologia, afirmou Émile Durkheim, deve ser capaz de explicar o social pelo social.

Isso não é uma redundância. Significa, em outras palavras, que a cultura, os valores, os costumes, a tradição, os comportamentos, os procedimentos e as instituições devem ser entendidos a partir de suas causas (ou funções) sociais, e não em razão de motivos psicológicos, morais, religiosos, políticos, ideológicos, econômicos, etc. Na realidade, é a psicologia, a moralidade, a religião, a política, a ideologia e a economia que devem ser explicadas pela Sociologia – isto é, pelas condições sociais que as tornam possíveis ou necessárias. Cabe à ciência social, por exemplo, observar à psicanálise que Freud esqueceu-se de uma verdade fundamental, que Édipo era um rei, como enfatizou Pierre Bourdieu. Ou seja, a analogia derivada do mito e sua potência explicativa e curativa dependem antes de tudo do reconhecimento das determinações sociais dos comportamentos individuais.

A introjeção desse modo peculiar de ver e dizer o mundo social exige, como qualquer outra habilidade, treino e técnica. A inclusão da Sociologia nos currículos do ensino médio é a oportunidade para exercitar essa prática desde cedo. A aprendizagem dos conceitos e das teorias sociais é, por sua vez, o pré-requisito indispensável para a aquisição desse método de análise.

Adriano Codato

[Este texto foi escrito como introdução
ao projeto pedagógico da disciplina Sociologia
do colégio Positivo; set. 2009]

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Um comentário:

Anônimo disse...

Obrigado por intiresnuyu iformatsiyu