painel de Athos Bulcão
no Itamaraty.
Foto: GC/Blog Vambora!]
Código: PPU703 / Disciplina: BUROCRACIAS
PÚBLICAS E PROCESSOS DECISÓRIOS
Professor responsável:
ADRIANO CODATO
Semestre/Ano: 2 / 2014 Tipo: Optativa
Carga Horária Total: 30 / Nº de Créditos: 2 / Segundas-feiras,
14h – 18h.
Syllabus
Quando se olha para a produção brasileira sobre “burocracias
públicas e processos decisórios”, há na vasta literatura disponível seis grandes
“famílias de estudos”. Grosso modo, essas famílias se ocuparam de temas
diferentes, ainda que interligados. Podem ser lidas: i) avaliações de processos
decisórios, recursos, atores, objetivos, desempenho e modos de administração de
planos de desenvolvimento e de programas sociais; ii) narrativas sobre a
relação entre as macro decisões dos governos e o comportamento global da política
doméstica e da economia internacional; iii) estudos de caso sobre medidas
setoriais de politicas públicas, normalmente concentrados na avaliação dessas
políticas; iv) diagnósticos sobre o funcionamento de estruturas (formais e
informais) de representação de interesses sociais junto aos aparelhos de
governo; v) mapeamento dos órgãos públicos conectados à regulação das múltiplas
áreas de política; e, por fim, vi) monografias sobre o perfil, a função e as
transformações institucionais das agências executivas do Estado (departamentos,
conselhos, comissões, ministérios, etc.).
Porém, não é frequente, nos estudos convencionais de
políticas públicas, análises mais detidas sobre os processos políticos de
negociação, pressão e conflito para a formação de equipes de governo e a formação
de gabinetes ministeriais. A maior parte dos trabalhos nessa área parte desse
ponto em diante, tomando como dado “o Estado” ou “o governo” sem se perguntar
pela engenharia política que geralmente comanda a indicação de gabinetes em
regimes presidenciais multipartidários. Focados apenas na “burocracia”, os
estudos de política pública correm o risco de se esquecer da conexão que há
entre partidos no Executivo, seus programas, seus objetivos, suas clientelas
eleitorais, seus profissionais e o processo de indicação de ministros de Estado
e assessores políticos.
Este curso focaliza exatamente essa dimensão da política
pública, procurando discutir a experiência brasileira contemporânea de nomeação
das cúpulas do Executivo federal em contexto democrático. Para por esse
problema na devida perspectiva faremos comparações não sistemáticas com
experiências de outros países, presidencialistas e parlamentaristas.
Aula 1 - 11 agosto
Apresentação do curso: BUROCRACIAS PÚBLICAS, COALIZÕES POLÍTICAS E
PROCESSOS DECISÓRIOS
Referências
obrigatórias:
Weber, M.,
2003. A política como vocação, Brasília: Editora Universidade de
Brasília.
Figueiredo,
A., 2010. Executivo e burocracia. In R. Lessa, ed. Horizontes das ciências
sociais: Ciência Política. São Paulo: Anpocs; Instituto Ciência Hoje,
Editora Barcarolla; Discurso Editorial, pp. 191–216.
I Unidade: STATE MANAGERS: ENTRE A TÉCNICA E A POLÍTICA
Aula 2 - 18 agosto
Referências
obrigatórias:
Panebianco, A., 2005.
Profissionalismo político e burocracia. In Modelos de Partido: organização e
poder nos partidos políticos. São Paulo: Martins Fontes, pp. 435–464. (comentário)
D’Araujo, M.C., 2014. Elites
burocráticas, dirigentes públicos e politica no Poder Executivo do Brasil
(1995-2012). In M. C. D’Araujo, ed. Redemocratização e mudança social no
Brasil. Rio de Janeiro: Editora FGV, pp. 205–229. (comentário)
Referência
seminário:
Praça, S., Freitas, A. &
Hoepers, B., 2012. A rotatividade dos servidores de confiança no governo
federal brasileiro, 2010-2011. Novos Estudos - CEBRAP, (94), pp.91–107.
Pinto, A.C. & Tavares de Almeida, P., 2014. Facing the Crisis: Expert
and Non-partisan Ministers in Portuguese Democracy. In 21st International
Conference of Europeanists. Washington, D.C., USA, p. 23.
Aula 3 - 25 agosto
Referências
obrigatórias:
Peters, B.G., 2001. The recruitment of public administrators. In The Politics of
Bureaucracy. London and New York: Routledge, pp. 85–133. (comentário)
Olivieri, C., 2007. Política,
burocracia e redes sociais: as nomeações para o alto escalão do Banco Central
do Brasil. Revista de Sociologia e Política, (29), pp.147–168. (comentário)
Lebaron, F., 2001. O campo dos economistas franceses no fim dos anos 90: lutas de fronteira, autonomia e estrutura. Mana, 7(1), pp.9–29.
Lebaron, F., 2001. O campo dos economistas franceses no fim dos anos 90: lutas de fronteira, autonomia e estrutura. Mana, 7(1), pp.9–29.
Referências
seminários:
Loureiro, M.R., Abrucio, F.L. &
Rosa, C.A., 1998. Radiografia da alta burocracia federal brasileira: o caso do
Ministério da Fazenda. Revista do Serviço
Público, 49(4), pp.46–82.
Loureiro,
M.R., 1997. Gestão econômica e democracia: uma perspectiva comparada. In Os
economistas no governo: gestão econômica e democracia. Rio de Janeiro:
Editora Fundação Getulio Vargas, pp. 119–173.
II Unidade: MINISTROS DE ESTADO: AS LÓGICAS DOS GABINETES PRESIDENCIALISTAS E
PARLAMENTARISTAS
Aula 4 - 1 setembro
Referências
obrigatórias:
Abranches, S., 1988. Presidencialismo de coalizão: o dilema institucional brasileiro. Dados, 31(1), pp.5–34. (comentário)
Camerlo,
M., 2013. Gabinetes de partido único y democracias presidenciales. Indagaciones
a partir del caso argentino. América Latina Hoy, (64), pp.119–142. (comentário)
Referências
seminários:
Amorim Neto, O., 2000. Gabinetes
presidenciais, ciclos eleitorais e disciplina legislativa no Brasil. Dados, 43(3), pp.479–519.
Kaiser, A. & Fischer, J., 2009. Linkages between
Parliamentary and Ministerial Careers in Germany, 1949–2008: The Bundestag as
Recruitment Pool. German Politics, 18(2), pp.140–154.
Aula
5 - 15 setembro
Referência obrigatória:
Inácio, M., 2013. Escogiendo ministros y formando políticos: los
partidos en gabinetes multipartidistas. América Latina Hoy, (64),
pp.41–66. (comentário)
Referências
seminários:
Amorim
Neto, O. & Santos, F., 2001. A conexão presidencial: facções pró e
antigoverno e disciplina partidária no Brasil. Dados, 44(2).
Mershon, C., 1996. The Costs of Coalition: Coalition Theories and
Italian Governments. American Political Science Review, 90(3), pp.534–554.
Thies, M.F., 2001. Keeping Tabs on Partners: The Logic
of Delegation in Coalition Governments. American
Journal of Political Science, 45(3), p.580-598.
Aula 6 - 22 setembro
Referência
obrigatória:
Batista, M., 2013. O poder no
Executivo: uma análise do papel da Presidência e dos Ministérios no
presidencialismo de coalizão brasileiro (1995-2010). Opinião Pública,
19(2), pp.449–473. (comentário)
Referências
seminários:
Power, T.J. & Mochel, M.G., 2008.
Political Recruitment in an Executive-centric System:
Presidents, Ministers, and Governors in Brazil. In P. M. Siavelis & S.
Morgenstern, eds. Pathways to power: political recruitment and candidate
selection in Latin America. University Park, PA: Pennsylvania State
University Press.
Carroll, R. & Cox, G.W., 2011. Shadowing
Ministers: Monitoring Partners in Coalition Governments. Comparative
Political Studies, 45(2), pp.220–236.
Aula 7 - 29 setembro
Referências
obrigatórias:
Escobar-Lemmon, M. &
Taylor-Robinson, M.M., 2005. Women
Ministers in Latin American Government: When, Where, and Why? American
Journal of Political Science, 49(4), pp.829–844. (comentário)
Carreras, M., 2013. Presidentes outsiders y ministros
neófitos: un análisis a través del ejemplo de Fujimori. América
Latina Hoy, (64), pp.95–118. (comentário)
Referências
seminários:
Dávila, M., Lavados, A.O. &
Avendaño, O., 2013. Los gabinetes de la concertación
en Chile (1990-2010). América
Latina Hoy,
(64), pp.67–94.
Guedes, N., 2009. Quem lidera os
governos europeus? A carreira dos primeiros-ministros (1946-2006). Análise Social,
XLIV(191), pp.265–288.
Teruel, J.R., 2011. Los Ministros de la España democrática:
reclutamiento político y carrera ministerial de Suárez a Zapatero (1976-2010),
Madrid: Centro de Estudios Políticos y Constitucionales.
Almeida, Pedro Tavares de; Pinto,
António Costa., 2006. Os Ministros
portugueses, 1851-1999: perfil social e carreira política, in Almeida, Pedro
Tavares de et al. (eds.) Quem governa a
Europa do Sul? : o recrutamento ministerial, 1850-2000. Lisboa: Impr. de
Ciências Sociais.
Chasquetti, D., Buquet, D. &
Cardarello, A., 2013. La designación de gabinetes
en Uruguay: estrategia legislativa, jerarquía de los ministerios y afiliación
partidaria de los ministros. América Latina
Hoy, (64), pp.15–40.
Sawicki, F. & Mathiot, P., 1999. Les membres des cabinets ministériels
socialistes en France (1981-1993) : recrutement et reconversion. 1) Caractéristiques
sociales et filières de recrutement. Revue française de science
politique, 49(1), pp.3–30.
Sawicki, F. & Mathiot, P., 1999. Les membres des cabinets ministériels
socialistes en France : recrutement et reconversion. 2) Passage en cabinet et trajectoires
professionnelles. Revue française de science politique, 49(2),
pp.231–264.
Rose, R., 1971. The Making of Cabinet ministers. British
Journal of Political Science, 1(4), pp.393–414.
AVALIAÇÃO
O curso está organizado com base em aulas expositivas, comentários semanais de
textos e seminários. Para a avaliação será levada em conta a participação
efetiva em sala, o desempenho no seminário e os comentários, que terão maior
peso.
Os comentários devem ser enviados para: ppu-703@googlegroups.com
O número de seminários será ajustado de
acordo com o número de alunos inscritos.
.
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